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Ter, 22 Jan 2019 15:26:00 -0200
Estudo pioneiro analisa poluição em meios de transportes em seis cidades
Resultados indicaram que usuários de barcos urbanos são os mais expostos a elevadas concentrações de material particulado ultrafinos e finos. O estudo pioneiro, de pesquisadores da da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) foi financiado pelo CNPq por meio de duas chamadas.Cientistas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) realizaram um estudo pioneiro para analisar os níveis de poluição do ar em transportes marítimos, terrestre, aéreos e subterrâneos, além de modais ativos (não-motorizados) de seis cidades do Brasil: Curitiba, São Paulo Londrina (PR), Rio de Janeiro, Ilha do Mel (administrada pelo município de Paranaguá) e Pontal do Sul (PR). Os resultados da pesquisa, apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), indicaram que usuários de barcos urbanos são os mais expostos a elevadas concentrações de partículas ultrafinas e finas durante suas viagens.
Partículas finas, também conhecidas como PM2.5, são aquelas com diâmetro inferior a 2,5 milionésimos de metro, enquanto ultrafinas possuem diâmetro inferior a 100 nanômetros (nm). Mas o estudo também focou no monitoramento de outros materiais particulados, como, por exemplo, black carbon (comumente chamado de fuligem), compostos orgânicos voláteis (COVs) e ozônio, dado os efeitos negativos e imediatos que esses poluentes podem ter sobre a saúde humana.
De acordo com o professor Admir Créso Targino, coordenador do estudo e bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT) do CNPq, o fato de usuários de barcos urbanos estarem mais expostos a partículas ultrafinas e finas pode ser parcialmente atribuído à baixa qualidade do diesel usado nesse modal. Ele explica que esse resultado era, de alguma forma, esperado, devido à qualidade do diesel, mas nunca realmente havia sido quantificado com medições in situ no Brasil.
"A qualidade do diesel marítimo é inferior ao diesel de veículos urbanos. No Brasil, usa-se o diesel S-500 e S-10, com teor de enxofre máximo de 500 mg/kg e 10 mg/kg, respectivamente. No caso das embarcações, alguns barcos usam o diesel rodoviário S-500, e outros usam o diesel marítimo, com teor de enxofre máximo de 5000 mg/kg.O diesel S-5000 é um combustível mais poluente, que gera mais partículas na combustão", explica.
Outro aspecto que deve ser considerado, para compreender esse resultado, é a idade e a manutenção dos motores. "Alguns barcos em operação entre Pontal do Sul e a Ilha do Mel têm até 30 anos de vida. A emissão de fumaça preta era evidente durante a navegação, mas principalmente nas manobras para atracar", acrescenta.
Targino salienta que, embora a população urbana passe apenas entre 7% e 10% do seu tempo diário em transportes motorizados, a quantidade de poluentes atmosféricos inalada pode corresponder a até 20% do total diário, devido às altas concentrações de material particulado nesses ambientes.
Segundo o pesquisador, foram medidos os níveis de poluentes atmosféricos em ônibus do transporte público, em ciclovias, metrô, barcos, aviões comerciais e em diferentes ambientes de trabalho, em cidades pequenas, de porte médio, até a megacidade de São Paulo. Participaram do estudo pesquisadores da UTFPR (unidade executora) e Universidade Federal de Itajubáno Brasil, além da Dalhousie University (Canadá), SMHI0 Swedish Meteorological and Hydrological Institute (Suécia). "Na Nova Zelândia, tivemos um bolsista de pós-doutorado, contratado pela chamada de Bolsista de Jovens Talentos, projeto do qual eu também fui coordenador".
Coleta de dados para a pesquisa envolveu a medição de poluentes em diversos locais urbanos, como ciclovia. Foto Divulgação.
Pioneirismo
A exposição da população aos poluentes comumente é estimada através das concentrações medidas em estações de monitoramento fixas, que são extrapoladas para outras áreas da cidade. Porém, o grupo adotou uma estratégia pioneira no Brasil, utilizando instrumentos portáteis instalados dentro de meios de transportes ou carregados por pessoas que levavam os sensores no seu dia a dia, durante o período de estudo.
Se os usuários de barcos urbanos são mais expostos a elevadas concentrações o de partículas ultrafinas e MP2.5, em termos de transporte público de superfície, a cidade de Curitiba foi a que obteve os piores resultados com relação às concentrações de black carbon e também MP2.5, o que, segundo Targino, pode estar relacionado à frota de ônibus local, a mais antiga entre as cidades estudadas, com uma considerável fração de ônibus com tecnologia P4 e P5.
Registro da coleta de dados da pesquisa coordenada por Targino feita em ônibus urbano. Foto Divulgação
"Como os ônibus estudados eram do sistema BRT, que usam corredores dedicados e com poucas paradas, a velocidade de circulação era maior do que a de ônibus típicos urbanos. Dessa forma a resuspensão e partículas causou um aumento de MP2.5", afirma Targino, acrescentando que, em São Paulo, por exemplo, os ônibus apresentaram as maiores concentrações de partículas ultrafina, com valores extremos na saída do túnel do Anhangabaú/próximo ao terminal Bandeira, e no cânion urbano da Av. Duque de Caxias, áreas possuem um alto fluxo de ônibus."Cabe lembrar que em todas as cidades fizemos medições dentro dos ônibus, no entanto, vários processos transportam poluição da rua para dentro do ônibus, fazendo que os passageiros sejam expostos a níveis altos de poluentes atmosféricos", acrescenta o pesquisador.
Compostos voláteis
Já as concentrações de COVs foram até oito vezes maiores em uma sapataria, salão de beleza e ônibus urbano comparado com um ambiente de referência (um escritório administrativo sem fontes locais de VOC), enfatizando a necessidade de um maior controle de práticas relacionadas à segurança de trabalho.
"O nosso analisador de VOC não permitiu a especiação dos compostos, apenas o VOC total. No entanto, as pessoas nesses locais mantiveram um diário de atividades e conseguimos cruzar os picos de concentrações com as atividades desenvolvidas. Por exemplo, na sapataria observamos que os valores de VOC subiram cada vez que o sapateiro relatava consertos usando cola. No salão de beleza, os valores de VOC subiram com a realização de processos de alisamento e trabalho de manicure/pedicure", explica Targino.
"Momento oportuno"
A pesquisa, que durou quatro anos, resultou no trabalho On land, air and sea: An overview of fine particle concentrations in motorised transport modes in Brazilian cities, premiado na 15th International Conference on Urban Health, realizada em Kampala, Uganda, em novembro. Os dados coletados foram objetos de seis dissertações de mestrado, um projeto de pós-doutorado, e de dez trabalhos de iniciação científica.
O estudo foi financiado pelo CNPq, por meio de duas chamadas: a Nº 37/2013 - MCTI/CNPq/CT-AGRO/CT-SAÚDE/CT-HIDRO - Mudanças Climáticas e a Chamada de Projetos MEC/MCTI/CAPES/CNPQ/FAPS Bolsa Atração de Jovens Talentos - BJT 2014.
Para Targino, essas chamadas ocorreram em um momento oportuno no qual o Brasil precisava de incentivos para avançar em pesquisas sobre o efeito das mudanças climáticas na área de saúde, seguindo a agenda científica adotada por vários países. Ele destaca, especificamente, a elaboração do Plano Setorial da Saúde de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima (PSMC-Saúde), determinado por meio do Decreto n. 7.390, de 9 de dezembro de 2010.
"[Esse Decreto] enfatizou a necessidade de identificar exposições específicas atribuídas direta ou indiretamente às mudanças climáticas, passíveis de serem associadas com a saúde humana, incluindo a exposição a poluentes ambientais tóxicos, tais como poluentes orgânicos persistentes, metais e pesticidas. O momento foi muito oportuno para o Brasil", concluiu.
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Qua, 16 Mar 2016 18:37:00 -0300
Pesquisadores brasileiros entram em projeto astronômico revolucionário
De acordo com Luiz Nicolaci da Costa, coordenador do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), pesquisador do Observatório Nacional e bolsista PQ 1A do CNPq, pela primeira vez a astronomia poderá observar um universo dinâmico, podendo ver objetos fracos do Sistema Solar se movendo e explosões acontecendo em galáxias distantes.Em 2022, está previsto entrar em operação um supertelescópio que já se apresenta como revolucionário pela comunidade astronômica mundial antes mesmo de ser inaugurado. O Large Synoptic Survey Telescope (LSST) se encontra em construção em Cerro Pachón, no Chile.
De acordo com Luiz Nicolaci da Costa, coordenador do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), pesquisador do Observatório Nacional e bolsista PQ 1A do CNPq, pela primeira vez a astronomia poderá observar um universo dinâmico, podendo ver objetos fracos do Sistema Solar se movendo e explosões acontecendo em galáxias distantes. Os dados do LSST poderão ser usados para uma grande variedade de estudos desde o sistema solar ao da energia e matéria escura. Outro papel importante será o de gerar amostras apropriadas para os grandes telescópios de nova geração.
¿O LSST vai ser um grande gerador de dados. Para se ter uma ideia, ele terá uma câmera com aproximadamente 3 milhões de pixeis, que cobrirá, em cada exposição, uma área do céu correspondente a 40 luas cheias, vai fazer da ordem de 1000 exposições por noite com duração de 30 segundos cada uma, gerando 15 terabytes de dados por noite. A cada três dias, as observações vão cobrir todo o céu visível. Em apenas uma noite serão lançados 10 milhões de alertas de objetos que se movimentaram ou tiveram mudanças no brilho¿, afirma o pesquisador Luiz Nicolaci da Costa. Isto significa um grande desafio para a área de TI que está motivando o desenvolvimento de novas tecnologias cujo uso será bem mais amplo do que apenas Astronomia.
Os dados obtidos por este telescópio no Chile serão primeiro transferidos para La Serena, a seguir para Santiago e, via Brasil, para os Estados Unidos. Para transmitir o grande volume de dados que o telescópio vai gerar, será necessário ampliar a ligação entre a América do Sul ao Norte. Para esta ligação a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a Academic Network at São Paulo (ANSP) estão fazendo importantes contribuições o que permitiu ao LIneA e ao Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) negociar a entrada de pesquisadores brasileiros no projeto. Estas negociações levaram a assinatura de um memorando de entendimento pelo qual um total 50 pesquisadores (10 contratados por instituições brasileiras e quarenta pesquisadores juniores, do nível de estudantes ou pós-doutorando) podem participar do projeto imediatamente a custo zero. Pelo Brasil assinaram, em ordem alfabética, ANSP, LIneA, LNA e RNP. Espera-se que até o início das operações em 2022 seja possível negociar um novo memorando para a entrada de toda a comunidade, o que implicará numa contribuição financeira para a operação do telescópio.
Como os dados vão naturalmente transitar pelo Brasil, está previsto o país ter um centro de dados regional de apoio aos pesquisadores brasileiros para que estes possam participar pró-ativamente na análise dos dados.. Isto inclui altas taxas de transferência entre centros de pesquisa espalhados geograficamente, grande capacidade de armazenamento e processamento, e um sistema de software capaz de gerenciar este ambiente e analisar os dados com eficiência. Segundo Nicolaci, estas necessidades não são exclusivas da astronomia e é preciso criar no Brasil um centro de e-Ciência para atender a este novo tipo de demanda. Este centro poderia ser uma federação de centros especializados para diferentes áreas de pesquisa compartilhando a infraestrutura física e uma base de conhecimento comum.
O LIneA, criado em 2010, é na verdade um bom exemplo do que se imagina ser um centro de e-Ciência, só que voltado para a Astronomia, desenvolvendo uma infraestrutura de hardware e software, para lidar com o desafio de projetos envolvendo Big Data. Ao mesmo tempo, o LIneA apoia uma rede de pesquisa formada de pesquisadores de vários institutos e universidades nacionais, que participam em projetos de grande envergadura e geradores de grandes volumes de dados como o Dark Energy Survey e o Sloan Digital Sky Survey. ¿O LIneA é considerado inovador porque é uma das primeiras iniciativas da qual participam várias unidades de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, como o Observatório Nacional (ON), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), e universidades brasileiras¿, afirma o coordenador. O laboratório conta com recursos do CNPq, entre os apoiadores. Além disso, a experiência adquirida desde sua criação em projetos como o SDSS e o DES será fundamental para garantir o sucesso da participação da comunidade científica brasileira no projeto do supertelescópio no Chile no projeto LSST.
Saiba mais sobre o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA)- http://www.linea.gov.br/
ANSP: http://www.ansp.br/index.php/br/
LNA: http://www.lna.br/
RNP: http://www.rnp.br/
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Qua, 23 Jan 2019 17:34:00 -0200
Nota de Esclarecimento - Bolsas Especiais
Pedimos a todos os candidatos a bolsas na Chamada 22/2018 - Bolsas Especiais no País e no Exterior que aguardem a divulgação do resultado nos próximos dias. Isso porque o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) prepara-se para o início de uma nova gestão, sob o comando do engenheiro aeronáutico, professor e pesquisador João Luiz Filgueiras de Azevedo, que deverá assumir a Presidência do órgão na próxima semana. Entre suas primeiras ações estará o anúncio do resultado da Chamada 22/2018, com a concessão de mais de 700 bolsas.
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Qua, 23 Jan 2019 17:24:00 -0200
Prêmio de Fotografia bate recorde de inscrições
Em sua oitava edição, o Prêmio de Fotografia - Ciência e Arte, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), recebeu o maior número de inscrições dos últimos cinco anos. As inscrições, encerradas no dia 18, somaram 1.023 participações, sendo 671 da categoria I e 352 da categoria II. Nos anos anteriores, as inscrições somaram 708, em 2014; 612, em 2015; 384, em 2016; e 430, em 2017.
O prêmio é concedido desde 2011 e premia a divulgação e a popularização da ciência e tecnologia, além de ampliar o banco de imagens do CNPq. Nas oito edições realizadas, o prêmio recebeu, ao todo, 6.367 inscrições.
Os vencedores desta edição serão anunciados até o dia 30 de abril.
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Ter, 29 Jan 2019 10:21:00 -0200
Prêmio Péter Murányi: conheça os participantes
Três trabalhos de destaque estão concorrendo ao Prêmio Péter Murányi 2019, que será votado em 5 de fevereiro
Pensando na solução de problemas comuns nas esferas da agronomia, saúde e perdas provocadas por eventos climáticos extremos, os pesquisadores brasileiros investiram na elaboração de projetos inovadores e com aplicação prática imediata, capazes de modificar o cotidiano das populações onde foram implementados.
Concorrendo à 18ª edição do Prêmio Péter Murányi, cujo foco é em Ciência e Tecnologia, os trabalhos avaliados têm como ponto em comum o uso da tecnologia para melhoria da qualidade da vida das populações. Este ano, a premiação distribuirá R$ 250 mil, sendo R$ 200 mil para o primeiro colocado, R$ 30 mil para o segundo e R$ 20 mil entregues ao terceiro colocado. O vencedor será conhecido em 5 de fevereiro.
Dentre os três trabalhos selecionados para a votação final, um deles, o aplicativo "SOS Chuva", é coordenado por Luiz Augusto Machado e Eduardo Guarino, e foi criado para reduzir a vulnerabilidade de moradores de diversas regiões do país a eventos climáticos extremos. Integrado a estações meteorológicas de todo o Brasil, o serviço oferece monitoramento do clima em tempo real, permitindo a visualização de imagens de satélite e de radares, além de possibilitar que os usuários compartilhem informações sobre o clima em suas regiões e oferecer informações sobre procedimentos durante enchentes.
Coordenado pelo professor João Batista Calixto, o segundo projeto consistiu no desenvolvimento de um medicamento utilizando como princípio ativo plantas que fazem parte da biodiversidade brasileira. Tendo como princípio ativo a Cordia verbenacea (erva baleeira), o medicamento, de uso tópico, chamou a atenção por suas ações anti-inflamatórias e analgésicas. Comercializado desde 2004, o produto é o medicamento mais prescrito entre os anti-inflamatórios tópicos.
O terceiro finalista trouxe os resultados de um programa de melhoramento genético de aveia, permitindo o cultivo desse cereal em áreas do sul do Brasil e o uso de sementes produzidas em território nacional. Coordenado pelos professores Luiz Carlos Federizzi e Marcelo Teixeira Pacheco, o projeto reduziu os custos destes cultivos, ampliou a produção e possibilitou o surgimento de novos negócios. Como resultado, a iniciativa permitiu que o país deixasse de importar sementes de aveia, elevando sua produção anual para 837.500 toneladas em 2018 e resultando no surgimento de pequenas empresas processadoras dos grãos na região sul.
Para a edição de 2019, a Fundação Péter Murányi recebeu mais de 149 trabalhos, oriundos de toda a América Latina. O vencedor será escolhido por um júri composto por representantes de entidades nacionais e internacionais ligadas à ciência e tecnologia, representantes de universidades federais, estaduais e privadas, personalidades de renome e membros da sociedade.
O Prêmio Péter Murányi é realizado anualmente, com temas que se alternam a cada edição: Saúde, Ciência & Tecnologia, Alimentação e Educação. Os temas são revisitados a cada quatro anos.
A premiação conta com o apoio das seguintes entidades: CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras), SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo), ABC (Academia Brasileira de Ciências), Aconbras (Associação dos Cônsules no Brasil) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).