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Qua, 02 Dez 2020 15:49:00 -0300
Pesquisadores da UFSCar criam tecido com propriedades antivirais
Em parceria com a Universidade Jaume I, da Espanha e a iniciativa privada, pesquisa coordenada por professor da UFSCAr, bolsista do CNPq, desenvolveu um tecido inovador com propriedades antivirais capaz de eliminar o agente causador da Covid-19 em dois minutos.Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a Universidade Jaume I, da Espanha, e com a empresa brasileira de nanotecnologia Nanox, desenvolveram um tecido com propriedades antivirais capaz de eliminar o agente causador da Covid-19. O material é feito de micropartículas de sílica, impregnada com prata metálica e elimina 99,9% do vírus Sars-Cov-2 em dois minutos. O tecido já é usado para a fabricação de roupas, em particular equipamentos de proteção individual (EPI) destinados a profissionais de saúde. Segundo o professor Elson Longo, professor titular da UFSCar e Bolsista de Produtividade e Desenvolvimento Tecnológico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e quem está à frente da pesquisa na UFSCar, o método que desenvolveu a tecnologia é totalmente novo na literatura. "O aspecto mais relevante neste desenvolvimento é da utilização de sílica impregnada com prata para eliminação de bactérias, fungos e o COVID 19. O método de eliminação é completamente novo, um processo de oxidação. O vírus é oxidado, como elimina-se bactérias com água oxigenada. Logo, as máscara produzidas com o produto elimina bactérias, fungos e vírus", explicou o professor.
Como o Sars-Cov-2 tem estrutura orgânica, é como se o tecido tivesse mecanismos capazes de queimar o vírus. A ideia é próxima ao que se faz quando alguém tem uma lesão, tratada com peróxido de hidrogênio, mais conhecido como água oxigenada. Quando em contato com a inflamação, esse produto oxida as bactérias. Nos últimos anos, a Nanox, uma empresa privada originada do laboratório do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) da UFSCar, já fornecia as micropartículas para indústrias têxteis, por conta de sua atividade bactericida e fungicida. Empregado em tecidos, o aditivo evita a proliferação de fungos e bactérias causadoras de mau odores. Com a chegada da pandemia ao Brasil, os pesquisadores queriam avaliar se esse material também era capaz de inativar o Sars-Cov-2, visto que trabalhos científicos já haviam demonstrado a ação das micropartículas contra alguns tipos de vírus. No caso do Sars-Cov-2, se sabe que, em tecidos convencionais, o tempo de permanência do vírus é, em média, maior que um dia.
A comprovação da eficácia da adição da solução a base de micropartículas na composição dos novos tecidos foi o motivo por que o mercado de confecções e produtos têxteis voltou sua atenção ao material com rapidez, neste contexto em que a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) já admitiu a impossibilidade de se prever quando o novo coronavírus desaparecerá. Ao comentar a relevância da descoberta dos pesquisadores envolvidos no trabalho, o professor Élson Longo cita um hábito corriqueiro, que foi abandonado neste momento e poderá ser retomado com a aplicação da nova tecnologia. "Nossas roupas carregam germes e, quando você chega em casa não quer precisar se trocar antes de abraçar seus filhos", diz o professor. Os tecidos fabricados com o uso das micropartículas tem a durabilidade de dois anos, suportam pressão e altas temperaturas. A ação antiviral resiste de 30 a 35 lavagens e o custo de produção do tecido especial é 5% maior que o normal.
Embora o assunto do uso das micropartículas na fabricação de tecidos antivírus seja atual, a pesquisa acerca do tema se encontra em desenvolvimento há 14 anos. Começou na UFSCar, durante a orientação de doutorado de Luiz Gustavo Simões, um dos proprietários da Nanox. Na época foi feito um coating para secador de cabelos, para eliminar os fungos e bactérias do ar que passava pelo equipamento. O objetivo era evitar que o usuário fosse contaminado. No futuro, os pesquisadores esperam que esses trabalhos possam auxiliar o desenvolvimento de produtos de proteção. Eles afirmam que este material e outros que estão em fase final de caracterização serão utilizados nos diferentes tipos de plásticos para eliminação de bactérias, fungos e vírus, em cerâmica e coating para metais.
Além da UFSCar, da Universidade Jaume I e da Nanox participaram da pesquisa cientistas da UNESP e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). O projeto foi financiado em parte pelo CNPq, por meio do Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE). A pesquisa também contou com recursos da FINEP e da FAPESP. O professor Elson Longo ressalta a importância do trabalho do laboratório do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar com a iniciativa privada, o que gerou, até o momento, mais de 40 patentes. Ao longo dos mais de 35 anos de trabalho, o laboratório colaborou com empresas como a 3M do Brasil e a White Martins. Fizeram parte da equipe de pesquisa sobre o desenvolvimento do tecido com propriedades antivirais os pesquisadores da UFSCar Marcelo Assis, Lara Kelly Ribeiro, Ieda Lucia Viana Rosa, Lucia Helena Mascaro , além de Luiz Gustavo P. Simões, Guilherme C. Tremiliosi, Daniel T. Minozzi , da NANOX.
Seguindo Longo, as pesquisas têm novos resultados conclusivos com Instituto Oswaldo Cruz com um outro produto ainda mais eficiente e um artigo deve ser publicado em breve.
O Programa RHAE
Criado pelo CNPq em 1987, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE) era destinado à inserção de mestres e de doutores em empresas privadas. O Programa utilizava um conjunto de modalidades de bolsas de fomento tecnológico criado para agregar pessoal qualificado em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas empresas, além de formar e de capacitar recursos humanos que atuassem em projetos de pesquisa aplicada ou de desenvolvimento tecnológico.
O RHAE se destinava a micro, pequenas, médias e grandes empresas privadas com sede e administração no Brasil. As empresas maiores estavam sujeitas a uma limitação de 20% dos recursos disponíveis. As propostas eram submetidas pelos coordenadores dos projetos, que, de forma obrigatória, deveriam possuir vínculo formal, sócio ou celetista, com a empresa executora. O projeto submetido deveria atender todas as características exigidas pela chamada pública e estar focado no trabalho que o pesquisador e sua equipe desenvolveriam na empresa. O Programa oferecia bolsas de Fixação e Capacitação de Recursos Humanos - Fundos Setoriais (SET) bem como outras bolsas de fomento tecnológico, como a Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI), a Especialista Visitante (EV) e a Apoio Técnico em Extensão no País (ATP).
Em sua última edição, na Chamada 54/2013, foram oferecidas também bolsas Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no Exterior - Junior (DEJ) e Sênior (DES). Por motivos orçamentários, no momento o RHAE, como outros programas financiados com recursos de Fundos Setoriais, se encontra com as indicações de novas bolsas temporariamente suspensas.
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Seg, 23 Nov 2020 10:35:00 -0300
CNPq e CAPES debatem conectividade
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) são parceiros no projeto Conecti, que tem o objetivo de promover a visibilidade e o impacto da pesquisa e da pós-graduação brasileiras.
O objetivo é usar dados com inteligência, integração e governança. "A ideia é compartilharmos informações e serviços na medida do possível. É uma iniciativa que pode ajudar na integração do Sucupira com o Lattes. Estamos tratando da mesma coisa, e chamando de forma diferente. Usar a mesma linguagem, os mesmos conceitos, é fundamental", disse Benedito Aguiar, presidente da CAPES, em reunião entre a Fundação e o CNPq nesta sexta-feira, 20 de novembro.
Ações de conectividade foram tema de reunião entre CAPES e CNPq (Foto: Naiara Demarco - CCS/CAPES)
O projeto envolve cruzamento de informações para pagamento de bolsas e auxílios, parcerias com os estados, integração de plataformas e certificação da informação. É uma forma de assegurar uma gestão mais eficiente. "A nossa missão é com nossa comunidade científica e tecnológica, envolvendo a pós-graduação e a pesquisa em todos os sentidos", observou Evaldo Vilela, presidente do CNPq.
Representantes da CAPES e do CNPq discutiram o projeto Conecti, que envolve as duas agências (Foto: Naiara Demarco - CCS/CAPES)
CAPES e CNPq surgiram no mesmo ano: 1951. Nesses quase 70 anos, as agências têm atuado pela pesquisa e pós-graduação brasileiras. No Conecti, as duas trabalham em conjunto com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Ibict, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, RNP, o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, Confap, e a Biblioteca Eletrônica Científica Online, Scielo.
Por: CCS/CAPES
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Qua, 16 Set 2020 18:30:00 -0300
Prêmio Almirante Álvaro Alberto: cerimônia virtual
A vencedora deste ano é a pesquisadora Helena Nader. Serão entregues, também, os Títulos de Pesquisador Emérito do CNPq e a Menção Especial de Agradecimentos. O evento acontece durante a posse dos novos membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Na próxima quarta-feira, 23 de setembro, ocorrerá a cerimônia virtual de entrega do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia 2020, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), em parceria com o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações, a Marinha do Brasil e a Fundação Conrado Wessel. O evento começa às 18 horas, com transmissão pelos canais no YouTube do CNPq, do MCTI, da Marinha do Brasil e da Academia Brasileira de Ciências.
Na ocasião, serão entregues, ainda, os Títulos de Pesquisador Emérito do CNPq e a Menção Especial de Agradecimentos. O evento acontece durante a posse dos novos membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Nesta edição do Prêmio, dedicada à área de Ciências da Vida, será contemplada a cientista brasileira Helena Bonciani Nader, cujos trabalhos sobre glicobiologia constituem referência internacional. A Dra. Nader é professora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) desde 1989, foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e, em 2019, foi eleita vice-presidente da ABC.
Instituído em 1981, o Prêmio Almirante Álvaro Alberto constitui um reconhecimento e um estímulo a pesquisadores e cientistas brasileiros que prestam contribuição relevante à ciência e à tecnologia no Brasil e que tenham se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de reconhecido valor para a respectiva área de conhecimento. O prêmio é individual e concedido de forma anual, em sistema de rodízio a uma das três grandes áreas do conhecimento (Ciências da Vida; Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias). O cientista premiado recebe diploma, medalha e premiação em dinheiro, no valor de R$ 200 mil, concedida pela Fundação Conrado Wessel, além de uma viagem em um Navio de Assistência Hospitalar na Amazônia ou uma viagem à Antártica, a critério do agraciado. A viagem é oferecida pela Marinha do Brasil.
O título de Pesquisador Emérito, por sua vez, é outorgado pelo CNPq aos pesquisadores brasileiros ou estrangeiros radicados no Brasil há pelo menos dez anos, pelo conjunto das respectivas obras científico-tecnológicas e pelo renome desses pesquisadores junto à comunidade científica. A premiação consiste, além do título e de diploma, em passagem aérea e até 6 (seis) diárias para participação em congresso científico, no país ou no exterior. O outro prêmio a ser concedido durante a cerimônia, a Menção Especial de Agradecimento, é concedida de forma anual a pessoas físicas ou jurídicas, em reconhecimento aos serviços significativos prestados para o desenvolvimento e a divulgação do CNPq no ano anterior à entrega do título. Os contemplados com o prêmio recebem do CNPq um diploma. Veja aqui os homenageados.
Participarão do evento o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes; o presidente do CNPq, Evaldo Vilela; o comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior, representando o Ministro de Estado da Defesa; o presidente da ABC, Luiz Davidovich; e o presidente da Diretoria Executiva da Fundação Conrado Wessel, Helio Levisky.
SERVIÇO
Cerimônia de Entrega do Prêmio Almirante Álvaro Alberto, dos Títulos de Pesquisador Emérito e da Menção Especial de Agradecimentos do CNPq
Dia: 23 de setembro de 2020
Horário: 18h
Link direto para transmissão ao vivo: https://youtu.be/n3pmilWVIkg
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Qui, 08 Out 2020 10:32:00 -0300
Webinar entrevista diretor do INPE
Outubro, 2020 - O seminário on-line "O futuro do INPE com seu novo diretor" será transmitido nesta quinta (08/10), às 19h, pelo Facebook e YouTube. Organizado pelo movimento "Nós somos a Ciência"- grupo focado em comunicação científica que atualmente trabalha em defesa do resgate da ciência como base para a tomada de decisões na sociedade -, o seminário terá três blocos, com 20 minutos de duração cada, em que serão discutidos os possíveis caminhos que Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão dedicado à pesquisa e exploração espacial, vai tomar nos próximos anos com a chegada do Dr.Clezio Marcos De Nardin, seu novo diretor.
O webinar contará com a presença de Dr. Clezio, que é engenheiro eletricista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutor em Geofísica Espacial. Foi por três anos, vice-diretor do International Space Environment Service (ISES), órgão internacional dedicado ao Clima Espacial. Ele atua no Inpe desde 1997. Além dele, participará o físico formado pela USP Wilson Namen, um dos cofundadores do grupo Ciência em Show e do movimento "Nós Somos a Ciência".
Data: 08/10
Horário: 19h
Link da página: https://www.facebook.com/NosSomosACiencia/
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCbPsf1yhVcPusxHBs6HGQEw
Texto: Divulgação Nós Somos a Ciência.